Caro(a) Leitor(a)
Antes da era digital, a riqueza das pessoas era medida principalmente pelo impacto no Produto Interno Bruto (PIB)
Nem John Davison Rockefeller, nem o Barão de Mauá, nem Mansa Musa: a pessoa mais rica da história do mundo, considerando quase todos os parâmetros para os cálculos, até agora, é o sul-africano Elon Musk, CEO de companhias como Tesla (TSLA), SpaceX e X (antigo Twitter).
Musk,
que tem uma fortuna estimada em US$ 482 bilhões, segundo o índice de
bilionários da Bloomberg, teve um pacote de remuneração de US$ 1 trilhão
aprovado pelo quadro de acionistas da Tesla na quinta-feira, 6, o que pode
acelerar a jornada do
Ou
seja, Musk precisaria aumentar sua fortuna em aproximadamente US$ 518 bilhões
para se tornar o primeiro trilionário. Algo que, para ele, pode não ser tão
impossível assim.
O
PIB como métrica
Antes
da era digital, a riqueza das pessoas era medida principalmente pelo impacto no
Produto Interno Bruto (PIB) nacional, e não apenas pela soma nominal de ativos.
A métrica A métrica considerava o domínio econômico de uma pessoa em seu tempo.
Em
termos proporcionais ao PIB, nomes históricos ainda rivalizam ou superam Musk.
Rockefeller, por exemplo, controlava cerca de 1
controlava
cerca de 1,5% a 1,6% da economia dos Estados Unidos em 1913, o que chega bem
perto do 1,61% de Musk em 2025.
Jakob
Fugger, banqueiro europeu do século XVI, chegou a deter de 2% do PIB da Europa,
equivalente a aproximadamente US$ 400 bilhões ajustados pelos valores atuais.
Mansa
Musa, imperador do Mali entre 1312 e 1337, é frequentemente apontado como o
mais rico da história, mas historiadores alertam para a imprecisão desses
cálculos. Durante sua peregrinação a Meca, distribuiu tanto ouro que
desvalorizou o metal no Egito por mais de uma década.
Já
o imperador romano Augusto César controlava de forma direta ou indireta até 30%
da economia global de sua época. Estimativas sugerem que isso equivaleria hoje
a até US$ 4,9 trilhões — mas especialistas reconhecem um alto grau de
especulação nessa estimativa.
Riqueza
nominal vs. influência econômica
No
critério de riqueza nominal (a soma absoluta em dólares) Musk lidera com folga.
Seus
quase US$ 500 bilhões superam os picos de Jeff Bezos (US$ 260 bilhões), Mark
Zuckerberg (US$ 250 bilhões) e Bernard Arnault (US$ 209 bilhões).
Rockefeller,
frequentemente citado como o homem mais rico da era industrial, acumulou US$
900 milhões em 1913, o que corresponderia a cerca de US$ 26 a US$ 29 bilhões em
valores atuais — uma diferença de até 94,6% em relação a Musk.
A
diferença entre riqueza nominal e poder econômico contextualizado é o que
complica as comparações históricas.
Enquanto
Musk detém seu patrimônio majoritariamente em ações de empresas de tecnologia, figuras
como Rockefeller ou Fugger operavam com ativos tangíveis, como petróleo e
metais preciosos.
E
o Barão de Mauá?
No
Brasil, Irineu Evangelista de Sousa, o barão de Mauá, foi considerado o homem
mais rico do país no século XIX.
Em
seu auge, controlava oito das dez maiores empresas nacionais, além de bancos,
ferrovias, estaleiros e companhias de navegação que modernizaram a economia
brasileira. Sua atuação também se estendia ao exterior, com negócios na
Inglaterra, Uruguai e Argentina.
O
impacto de sua fortuna era tão grande que, em meados de 1867, ela ultrapassava
o próprio orçamento do Império do Brasil. Segundo estimativas, seu patrimônio
acumulado chegaria hoje a cerca de US$ 80 bilhões — valor expressivo, mas ainda
distante dos atuais quase US$ 500 bilhões de Musk.
A
principal diferença entre os dois está na escala econômica em que atuavam.
Enquanto Mauá dominava amplamente uma economia de base agrária e industrial
incipiente, Musk concentra sua riqueza em setor
As
fortunas do século XIX também eram baseadas em ativos tangíveis — terras,
navios, infraestrutura, metais —, ao passo que a de Musk é composta
majoritariamente por ações de companhias de capital aberto, cujas avaliações
flutuam com o mercado.
Apesar
de sua relevância econômica, o império de Mauá enfrentou forte resistência da
elite conservadora da época, especialmente após a Guerra do Paraguai, e
colapsou em meio a uma crise financeira.
Ao
final da vida, ele voltou à atividade como corretor de café e morreu com
recursos bastante reduzidos em relação à sua antiga fortuna.
Por
que os parâmetros de riqueza mudaram?
Até
o início do século XX, era comum avaliar a riqueza de uma pessoa com base na
fatia que ela detinha do PIB de seu país ou região.
Essa
métrica refletia o poder econômico relativo, mostrando quanto da produção
nacional estava concentrada nas mãos de um único indivíduo.
A
mudança de paradigma começou com a consolidação dos mercados de capitais e da
globalização financeira.
Com
o avanço das bolsas de valores, tornou-se mais relevante medir fortunas pela
valorização de ativos líquidos, como ações, participações em empresas e
investimentos privados.
Isso
levou à adoção do conceito moderno de net worth — ou patrimônio líquido —
calculado com base na soma de ativos menos passivos.
O
PIB também se mostrou impreciso para comparar contextos econômico diferentes.
Enquanto o império romano representava até 30% da economia global no tempo de
Augusto César, o PIB atual é fragmentado entre centenas de países com
realidades distintas.
Outro
desafio é que o PIB mede produção anual, e não acumulação de riqueza ao longo
do tempo. Uma pessoa pode ser dona de empresas avaliadas em bilhões mesmo que o
país onde reside tenha um PIB relativamente pequeno, como ocorre com
bilionários em países emergentes.
Hoje,
o PIB ainda é usado como métrica auxiliar, sobretudo para indicar o peso
econômico de uma fortuna em seu contexto nacional. Mas o cálculo principal
passou a considerar o valor de mercado dos controlados.
O
que é considerado atualmente para calcular a fortuna de um bilionário?
Para
calcular o patrimônio líquido do homem mais rico do mundo e de outros
bilionários, sites como a Forbes e a Bloomberg combinam dados públicos e
análises especializadas.
As
estimativas de fortuna consideram o valor total dos ativos do indivíduo — como
participações em empresas, imóveis, obras de arte e dinheiro em caixa —
subtraindo as dívidas e outras obrigações financeiras.
Na
Forbes, participações em companhias listadas na bolsa são avaliadas com base em
documentos da SEC e preços de ações. Já para empresas privadas, o processo
exige entrevistas com sócios, concorrentes, consultores financeiros e análise
de dados de mercado.
Também
entram na conta: imóveis, terras, coleções de arte, aviões, iates e joias.
Esses itens são avaliados com base em vendas recentes e registros públicos.
Após reunir todas as informações, a Forbes a Forbes subtrai dívidas declaradas
para estimar o valor líquido final.
A
Bloomberg segue uma metodologia similar, mas com algumas particularidades:
atualiza os números diariamente, às 17h30 (no horário de Nova York), com base
na variação das ações. Para ativos privados, utiliza fontes como registros
judiciais, reportagens e documentos empresariais.
Diferente
da Forbes, a Bloomberg aplica descontos com base nas alíquotas máximas de
impostos sobre renda, dividendos e ganhos de capital, dependendo do país de
residência do bilionário. Também estima o retorno dos investimentos em dinheiro
e ativos líquidos, considerando uma combinação de ações, títulos públicos e
commodities.
No
caso de fortunas familiares, a Bloomberg atribui o valor ao membro da família
que tem controle direto dos ativos, mesmo que eles estejam registrados em nome
de parentes.
O
veredito
Se
o critério for a riqueza nominal ajustada, Musk é o mais rico da história
registrada.
Mas,
em influência proporcional sobre o sistema econômico de seu tempo, ele empata
com gigantes como Rockefeller e Fugger, e fica atrás de figuras como Mansa Musa
e Augusto César — cuja fortuna, mesmo incerta, representava fatias maiores de
suas respectivas economias.
A
trajetória de Musk, no entanto, ainda está em curso — e com um pacote de
remuneração trilionário aprovado, ele pode ser também o primeiro trilionário
real da história. É ficar de olho nos mercados.
Para saber mais, acesse o link>
Fonte: Exame.com/Invest / Tamires Vitorio / Publicação 08/11/2025
https://exame.com/invest/mercados/mesmo-sem-alcancar-us-1-trilhao-musk-ja-e-pessoa-mais-rica-da-historia/
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Web Science Academy; Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas” e "Conhecendo a Energia produzida no Sol".
Acompanha e divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.
Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
>Autor de cinco livros, que estão sendo vendidos nas livrarias Amazon, Book Mundo e outras.
Acesse abaxo, os links das Livrarias>
Site: https://www.orionbook.com.br/
e-mail: heliocabral@coseno.com.br

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