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Líder global em painéis solares e baterias de íon-lítio, China detém cerca de 60% da capacidade mundial de fabricação de eletrolisadores
O hidrogênio verde está se tornando um pilar central na transição energética global, sendo uma das principais apostas para descarbonizar setores que exigem muita energia, como a indústria pesada e o transporte.
A tecnologia dos eletrolisadores, que transforma eletricidade renovável em hidrogênio por meio da eletrólise da água, é fundamental para esse processo.
Contudo, a produção global de eletrolisadores amplamente dominada pela China vem levantando preocupações quanto à segurança da cadeia de suprimentos e a dependência de um único país nessa indústria nascente.
O cenário, embora represente uma oportunidade de redução de custos, também evidencia a necessidade de diversificar a produção, o que pode ser uma oportunidade para o Brasil.
A China, líder global em painéis solares e baterias de íon-lítio, detém cerca de 60% da capacidade mundial de fabricação de eletrolisadores, em grande parte devido à sua experiência de décadas na produção de eletrolisadores alcalinos (ALK) para a indústria cloroalcalina.
Esse domínio não se limita à quantidade, mas também ao avanço tecnológico e à automação de seus processos de produção, o que permite oferecer eletrolisadores de alta qualidade a custos significativamente menores do que seus concorrentes europeus e norte-americanos.
Em projetos na Alemanha, por exemplo, eletrolisadores alcalinos pressurizados chineses (ALK(P)) podem reduzir o custo total de investimento em até 45% até 2030, segundo levantamento da Wood Mackenzie.
No Brasil, a Eletrobras indicou o mesmo. Se seu projeto piloto de hidrogênio verde em Itumbiara usasse um eletrolisador chinês, o custo de produção seria 30% menor.
Isso porque, seu custo de vida e investimento inicial são muito mais baixos do que o de um eletrolisador ocidental.
Um dos pontos que leva a China à liderança global de eletrolisadores é sua cadeia de suprimentos verticalmente integrada, que minimiza os custos e aumenta a eficiência.
No entanto, apesar de seu sucesso com os eletrolisadores alcalinos, o país ainda está em uma posição de desvantagem na tecnologia de eletrolisadores de membrana de troca de prótons (PEM), que é mais adaptada a fontes de energia renováveis intermitentes.
Enquanto o preço dos eletrolisadores ALK(P) chineses exportados é aproximadamente 25% do custo de um produzido na Alemanha, os preços de exportação dos eletrolisadores PEM chineses não são muito diferentes dos equivalentes ocidentais.
Enquanto o Ocidente mantém uma vantagem tecnológica nesta área, o avanço contínuo da China, especialmente na escala de produção e na diversificação de sua oferta, sugere que essa lacuna pode se fechar em breve.
A estratégia chinesa para o hidrogênio verde vai além da demanda interna. O país planeja produzir 200 mil toneladas por ano até 2025, mas as projeções indicam que ele ultrapassará essa meta já em 2024, atingindo 220 mil toneladas.
A capacidade de produção de eletrolisadores da China já excede sua demanda doméstica, o que torna inevitável uma expansão agressiva para mercados internacionais.
Pensando nisso, a Comissão Europeia, por exemplo, já adotou medidas para limitar a participação de eletrolisadores chineses em projetos financiados por subsídios do bloco, restringindo sua utilização a, no máximo, 25% da capacidade instalada de um projeto.
Segundo os legisladores, a decisão tem como objetivo promover uma cadeia de suprimentos mais diversificada e proteger a segurança energética da União Europeia.
A Alemanha, como maior economia da Europa e país líder global na tecnologia de eletrolisadores, com empresas como Siemens Energy e Thyssenkrupp, tem um plano claro para aumentar a capacidade de produção de hidrogênio verde, e tem investido fortemente no desenvolvimento de tecnologias de hidrogênio.
Já nos Estados Unidos, por exemplo, o governo Biden lançou o crédito fiscal 45V, que subsidia a produção de hidrogênio verde e incentiva a fabricação local de eletrolisadores. O Departamento de Energia dos EUA anunciou que US$ 750 milhões para pesquisa e desenvolvimento de eletrolisadores.
O risco de dependência excessiva da China não é apenas econômico, mas também geopolítico.
A crise das cadeias de suprimentos durante a pandemia de Covid-19 destacou como a concentração da produção em uma única região pode desestabilizar os mercados globais.
Além disso, há questionamentos a respeito de padrões ambientais e sociais da produção chinesa, o que levanta a necessidade de alternativas que garantam práticas sustentáveis e responsáveis em toda a cadeia de valor.
Oportunidades para o Brasil
Neste contexto, surge uma oportunidade estratégica para o Brasil. O país, com seu vasto potencial de geração de energia renovável, especialmente eólica e solar, está bem posicionado para se tornar um líder na produção de hidrogênio verde.
Além disso, o desenvolvimento de uma capacidade local de produção de eletrolisadores permitiria ao Brasil não apenas atender à demanda doméstica, mas também se tornar um fornecedor regional.
A produção de eletrolisadores ainda é incipiente no país. Políticas públicas claras e incentivos governamentais seriam essenciais para fomentar a criação de uma indústria nacional de eletrolisadores.
O marco legal do hidrogênio, por exemplo, traz como critério para projetos que queiram acessar incentivos fiscais, como o Rehidro, a utilização de percentual mínimo de conteúdo local.
Já no Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), está previsto a priorização de projetos com maior potencial de adensamento da cadeia de valor nacional, para acesso aos R$ 18,3 bilhões de concessão de créditos fiscais para a produção e consumo de hidrogênio no Brasil.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a mencionar, no ano passado, que o Brasil não poderia perder a oportunidade de desenvolver a cadeia nacional de eletrolisadores, como perdeu a de placas solares.
Recentemente, o secretário de Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Rodrigo Rollemberg, também defendeu que o Brasil não pode ser apenas um exportador de hidrogênio.
“Queremos desenvolver a cadeia de hidrogênio, mas o que a gente quer trazer para o Brasil é a cadeia de suprimentos, a gente quer produzir aqui eletrolisadores para produzir hidrogênio e com isso promover uma industrialização do país”, disse.
Segundo ele, isso estaria alinhado com a política Nova Indústria Brasil, lançada pelo governo, que prevê a promoção da indústria verde e a redução da dependência externa de equipamentos para a geração de energia renováveis.
Fonte: Eixos / Gabriel Chiappini / Publicação 03-11-2024
https://eixos.com.br/hidrogenio/o-dominio-chines-na-producao-de-eletrolisadores-e-as-oportunidades-para-o-brasil/
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Web Science Academy; Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas” e "Conhecendo a Energia produzida no Sol".
Acompanha e divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.
Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
>Autor de cinco livros, que estão sendo vendidos nas livrarias Amazon, Book Mundo e outras.
Acesse abaxo, os links das Livrarias>
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