Caros Leitores;
Caucaia, no Ceará, é o município mais populoso a adotar a gratuidade no
transporte coletivo.
Em 23 de julho de 2021, o prefeito
Vitor Valim anunciou em uma live no Instagram que os ônibus da cidade de
Caucaia, no Ceará, passariam a ser gratuitos para toda a população. A medida –
uma resposta aos impactos da pandemia – começaria a valer dali a pouco mais de
um mês, em 1º de setembro.
Naquele momento, havia cerca de cinquenta cidades
com tarifa zero no Brasil. A maior delas era Maricá, na Região Metropolitana do
Rio de Janeiro, que tem quase 200 mil moradores e é um município
excepcionalmente abonado devido à arrecadação com royalties do petróleo, com
PIB per capita de 511 mil reais por ano.
Caucaia tem um PIB per capita anual de 28 mil
reais, abaixo da média nacional. Mas sua população, com 355 mil habitantes, é
quase duas vezes maior que a de Maricá – e sua extensão territorial é pouco
mais de três vezes a do município fluminense. Ou seja, mais gente para
transportar e mais quilômetros para rodar, com bem menos dinheiro em caixa.
Feito o anúncio da tarifa zero em Caucaia,
definiu-se o modelo do programa. A empresa de transporte passaria a receber da
prefeitura por quilômetro rodado. O programa foi batizado pela gestão municipal
de Bora de Graça, e os veículos receberam enormes pinturas com a marca. Até 31
de agosto de 2021, as viagens diárias pagas oscilavam em torno de 18 mil. Com a
tarifa zero, esperava-se um aumento de cerca de 6 mil viagens. Em 1º de
setembro, no entanto, as catracas dos ônibus de Caucaia giraram mais de 35 mil
vezes, relata o urbanista Roberto Andrés, na edição deste mês
da piauí.
Alguns imaginaram que, depois do frenesi inicial, o
uso do transporte público iria refluir. Qual o quê. Quanto mais o tempo
passava, mais o povo subia nos ônibus. Em dezembro, já eram 70 mil viagens por
dia. Três anos depois da inauguração, o Bora de Graça faz cerca de 90 mil
viagens a cada dia útil. O sistema custa em média 3,7 milhões de reais por mês
para a prefeitura, o que foi o equivalente a 2,6% do orçamento municipal em
junho passado.
Para uma parte significativa da população, 4 ou 5
reais dispensados em uma viagem significam privações que impactam suas vidas.
Escolher fazer ou não um deslocamento diz respeito ao uso de um recurso que
poderia ser aplicado em itens que faltam no dia a dia. Segundo o IBGE, 44% da
população de Caucaia recebe até meio salário mínimo – 706 reais por mês –, e o
município tem 64 mil famílias inscritas no Bolsa Família, cuja média familiar é
de 679 reais por mês no Ceará. Com esses valores, não é difícil perceber que,
antes da tarifa zero, uma fatia enorme da população vivia como “prisioneira do
espaço local”, no termo cunhado pelo geógrafo Milton Santos.
Em 23 de julho de 2021, o prefeito
Vitor Valim anunciou em uma live no Instagram que os ônibus da cidade de
Caucaia, no Ceará, passariam a ser gratuitos para toda a população. A medida –
uma resposta aos impactos da pandemia – começaria a valer dali a pouco mais de
um mês, em 1º de setembro.
Naquele momento, havia cerca de cinquenta cidades
com tarifa zero no Brasil. A maior delas era Maricá, na Região Metropolitana do
Rio de Janeiro, que tem quase 200 mil moradores e é um município
excepcionalmente abonado devido à arrecadação com royalties do petróleo, com
PIB per capita de 511 mil reais por ano.
Caucaia tem um PIB per capita anual de 28 mil
reais, abaixo da média nacional. Mas sua população, com 355 mil habitantes, é
quase duas vezes maior que a de Maricá – e sua extensão territorial é pouco
mais de três vezes a do município fluminense. Ou seja, mais gente para
transportar e mais quilômetros para rodar, com bem menos dinheiro em caixa.
Feito o anúncio da tarifa zero em Caucaia,
definiu-se o modelo do programa. A empresa de transporte passaria a receber da
prefeitura por quilômetro rodado. O programa foi batizado pela gestão municipal
de Bora de Graça, e os veículos receberam enormes pinturas com a marca. Até 31
de agosto de 2021, as viagens diárias pagas oscilavam em torno de 18 mil. Com a
tarifa zero, esperava-se um aumento de cerca de 6 mil viagens. Em 1º de
setembro, no entanto, as catracas dos ônibus de Caucaia giraram mais de 35 mil
vezes, relata o urbanista Roberto Andrés, na edição deste mês
da piauí.
Alguns imaginaram que, depois do frenesi inicial, o
uso do transporte público iria refluir. Qual o quê. Quanto mais o tempo
passava, mais o povo subia nos ônibus. Em dezembro, já eram 70 mil viagens por
dia. Três anos depois da inauguração, o Bora de Graça faz cerca de 90 mil
viagens a cada dia útil. O sistema custa em média 3,7 milhões de reais por mês
para a prefeitura, o que foi o equivalente a 2,6% do orçamento municipal em
junho passado.
Para uma parte significativa da população, 4 ou 5
reais dispensados em uma viagem significam privações que impactam suas vidas.
Escolher fazer ou não um deslocamento diz respeito ao uso de um recurso que
poderia ser aplicado em itens que faltam no dia a dia. Segundo o IBGE, 44% da
população de Caucaia recebe até meio salário mínimo – 706 reais por mês –, e o
município tem 64 mil famílias inscritas no Bolsa Família, cuja média familiar é
de 679 reais por mês no Ceará. Com esses valores, não é difícil perceber que,
antes da tarifa zero, uma fatia enorme da população vivia como “prisioneira do
espaço local”, no termo cunhado pelo geógrafo Milton Santos.
Em Caucaia, não faltam histórias de vidas
transformadas depois da gratuidade. Há quem não conheça o mar, embora viva num
município litorâneo, e graças ao Bora de Graça teve a oportunidade de ir, pela
primeira vez, do distrito na zona rural onde vive até a praia. Há os que usam a
tarifa zero para procurar emprego, para concluir os estudos ou para vender seus
produtos caseiros no Centro da cidade ou nas praias.
Muita gente conta que costumava fazer longos trajetos a pé, para não gastar dinheiro – isso numa cidade em que os termômetros ultrapassam 30ºC quase o ano todo. Uma mulher disse que guardou o dinheiro da passagem por vários meses até construir um banheiro em sua casa.
Em julho de 2024, o número de cidades do país com
passe livre chegou a 116. Além de Caucaia, outras dez com mais de 100 mil
habitantes liberaram as catracas: Canoas (Rio Grande do Sul), Balneário
Camboriú (Santa Catarina), Paranaguá (Paraná), São Caetano do Sul, Itapetininga
e Assis (São Paulo), Luziânia e Formosa (Goiás) e Ibirité e Ituiutaba (Minas
Gerais). Agora, o desafio da tarifa zero no Brasil é a implantação em cidades
com mais de 500 mil habitantes, o que nunca foi feito.
Para saber mais, acesse o link>
/ Publicação
19/09/2024
https://piaui.folha.uol.com.br/o-maior-experimento-de-tarifa-zero-do-brasil/?utm_source=newsshowcase&utm_medium=gnews&utm_campaign=CDAqEAgAKgcICjCZ-JwLMKqCtQMw7p2TAw&utm_content=bullets&gaa_at=la&gaa_n=AWsEHT445cGe1G_bV8FTotVms9EL2_hH1K2C72oEbiadHJj-SR457mP0GH3rnw4j3HupcgrUQEtrQhnEAqlyx3BS5A%3D%3D&gaa_ts=66ecdbb1&gaa_sig=xKv8-6yjoSmLizW-5b29UxsjcfGN3qbRqp-o7lo566ifBCT322qva5NTikr6YH9W6a9kuZ9UjT1pF30QnEqGLQ%3D%3D
Obrigado pela sua visita e volte sempre!
Web Science Academy; Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas” e "Conhecendo a Energia produzida no Sol".
Acompanha e divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.
Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
>Autor de cinco livros, que estão sendo vendidos nas livrarias Amazon, Book Mundo e outras.
Acesse abaxo, os links das Livrarias>
Site: https://www.orionbook.com.br/
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
Page: http://pesqciencias.blogspot.com.br
Page: http://livroseducacionais.blogspot.com.br
Obrigado pela sua visita e volte sempre!
Nenhum comentário:
Postar um comentário