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domingo, 18 de agosto de 2019

Na Islândia, calor derrete geleiras e leva país à recessão

Caros Leitores;











A GELEIRA DE VATNAJOEKULL, QUE ESTÁ DERRETENDO POR CAUSA DAS ALTAS TEMPERATURAS (FOTO: THOMAS IMO/PHOTOTHEK VIA GETTY IMAGES)


A geleira está derretendo tanto que a terra está emergindo do mar." A frase é de Adalsteinn Ingólfsson, diretor-executivo da Skinney-Thinganes, uma das maiores empresas de pesca da Islândia, em entrevista ao New York Times. (https://www.nytimes.com/2019/08/09/business/iceland-ice-melt-global-warming-climate-change.html?login=email&auth=login-email). Segundo ele, já é difícil movimentar os maiores barcos de pesca para dentro e fora do porto. A situação é reflexo direto de um drama que atinge a Islândia como um todo: o derretimento massivo da geleira Vatnajökull, a maior massa de gelo da Europa.

Diferentemente do que acontece em outras regiões, como a Groenlândia, nas quais o fim das geleiras leva à elevação dos mares, na Islândia o fenômeno causa o aumento de trechos de terra nas regiões mais ao sul. Ou seja, lá, o degelo está drenando fiordes, deslocando sedimentos subterrâneos e até mesmo retorcendo os canos de esgoto. As mudanças obrigam o país a vislumbrar um futuro sem gelo - e este não será fácil. 

Neste ano, Reykjavik, capital da Islândia, registrou as maiores temperaturas de todos os tempos. O calor foi acompanhado do temor de uma forte recessão. Isso porque a mudança climática afetou uma das exportações mais importantes do país: o peixe capelim. A espécie foi em busca de águas mais frias e desapareceu da região.










NESSE ANO, REYKJAVÍK, CAPITAL DA ISLÂNDIA, REGISTROU AS MAIORES TEMPERATURAS DE TODOS OS TEMPOS (FOTO: THINKSTOCK)


Os peixes correspondem a 39% das exportações da Islândia. Mas a própria indústria pesqueira também é responsável pela crise: só agora as empresas estão começando a reduzir o uso de combustível fóssil e investir em navios sustentáveis, que ajudam a preservar a vida marinha.
Companhias de energia também terão que correr atrás do prejuízo. Estima-se que o derretimento glacial ultrapasse as bacias hidrográficas no próximo século, o que vai afetar diretamente as hidrelétricas da região. A Landsvirkjun, empresa estatal que gera três quartos da energia da Islândia está investindo em torres eólicas, capazes de oferecer energia quando as hidrelétricas se tornarem inviáveis.
O aquecimento global traz à tona também a questão dos vulcões. Com o derretimento das geleiras, que ajudavam a resfriá-los, fazendeiros e empresas islandesas (e de outros países) passaram a se movimentar em prol a plantação de árvores nas regiões vulcânicas, em geral desmatadas. A ideia é refrescar a região e também promover a absorção de dióxido de carbono. Foram mais de um milhão de árvores plantadas desde 2010, um esforço nobre, mas que levará décadas para dar resultado.
"A mudança climática não pode ser mais motivo de piada, nem na Islândia, nem em qualquer outro lugar", disse Gudni Jóhannesson, presidente da Islândia. Em 2017, o país também elegeu a ambientalista Katrín Jakobsdóttir como primeira-ministra. Hoje, seu governo tem um orçamento de US$ 55 milhões para investi em projetos de reflorestamento, conservação de terras e transporte livre de carbono nos próximos 5 anos. Valor que deve aumentar com o passar do tempo, já que o objetivo é que, até 2040, empresas, organizações e indivíduos zerem suas emissões de carbono.
Ativistas ambientais, no entanto, dizem que os esforços não são suficientes para fazer da Islândia um modelo a ser seguido e destacam que as principais indústrias do país produzem um terço do dióxido de carbono que precisa ser reduzido. Ativistas também chamam atenção para o turismo. A atividade causa fortes impactos ambientais, mas se tornou outro  motor de crescimento econômico desde o colapso bancário de 2008, e tem crescido ainda mais com a notícia de que, em breve, as principais atrações do país devem desaparecer.
Fonte: Revista Época Negócios / 16-09-2019



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